JAPÓN: ADIÓS AL PACIFISMO CONSTITUCIONAL

1.148

Aparecida en la revista Piel de Leopardo, integrada a este portal.

A Constituição japonesa de 1947 não admite que o Estado possua forças armadas, sendo por isso caracterizada por ser uma Constituição pacifista. Ora nos últimos tempos o atual governo japonês de cariz liberal-conservador não se tem cansado de ensaiar tentativas de introduzir profundas alterações na Constituição Política japonesa com vista a dotar o Estado de umas forças armadas poderosas.

A oposição declarou já o seu repúdio a tais intenções.

A emenda ao artigo 9 no qual se diz que o Japão «renuncia à guerra como meio de regular os diferendos internacionais» é o alvo da sanha militarista do governo japonês e das forças nacionalistas que têm recebido o aval dos Estados Unidos, os quais pretendem inscrever o Japão no sistema regional norte-americano.

Um dos pretextos para a modificação do citado artigo é o envio para o Iraque de soldados japonesas de… autodefesa do Japão!

Este fato tem servido para os partidários da militarização do Japão dizerem que o artigo 9 foi… esvaziado de sentido! Cá para nós quem violou o artigo constitucional, isto é, o atual governo liberal-conservador japonês é quem devia estar hoje a prestar contas por ter violado a Constituição.

Alimentando a la madre del cordero

Recorde-se que foram os Estados Unidos que, curiosamente começaram por esvaziar o artigo 9 da Constituição do Japão, para o qual tinham contribuído insistentemente no período imediato ao pós-Guerra em 1945, quando inseriram o país do Sol nascente na sua estratégia anti-comunista durante a chamada Guerra fria.

O primeiro passo foi uma decisão secreta de 1948 a autorizar o Japão para a constituição de uma força de polícia nacional de 150.000 homens cuja missão era, entre outras, proteger as bases norte-americanas no Japão e as famílias dos soldados norte-americanos.

Os próprios governos norte-americanos não escondem o seu desejo de tornar o Japão uma potência militar moderna, ainda que sob controle militar americano e ao serviço dos objetivos estratégicos de Washington.

Não admira pois que, apesar da sua Constituição rejeitar a constituição de forças armadas, o Japão já ter sido considerado em 1973 a sétima potência militar do mundo, tendo hoje cerca de 240.000 soldados e ter gasto em 1998 50.000 millones de dólares para as suas forças de…»auto defesa».

E não faltam líderes políticos no Japão a pedir armas nucleares para as suas forças armadas…

————————————

* http://listas.nodo50.org/cgi-bin/mailman/listinfo/urtica

Lista de correos Urtica:
Urtica@listas.nodo50.org

También podría gustarte
Deja una respuesta

Su dirección de correo electrónico no será publicada.


El periodo de verificación de reCAPTCHA ha caducado. Por favor, recarga la página.

Este sitio usa Akismet para reducir el spam. Aprende cómo se procesan los datos de tus comentarios.