JAPÓN: ADIÓS AL PACIFISMO CONSTITUCIONAL

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Aparecida en la revista Piel de Leopardo, integrada a este portal.

A Constituição japonesa de 1947 não admite que o Estado possua forças armadas, sendo por isso caracterizada por ser uma Constituição pacifista. Ora nos últimos tempos o atual governo japonês de cariz liberal-conservador não se tem cansado de ensaiar tentativas de introduzir profundas alterações na Constituição Política japonesa com vista a dotar o Estado de umas forças armadas poderosas.

A oposição declarou já o seu repúdio a tais intenções.

A emenda ao artigo 9 no qual se diz que o Japão «renuncia à guerra como meio de regular os diferendos internacionais» é o alvo da sanha militarista do governo japonês e das forças nacionalistas que têm recebido o aval dos Estados Unidos, os quais pretendem inscrever o Japão no sistema regional norte-americano.

Um dos pretextos para a modificação do citado artigo é o envio para o Iraque de soldados japonesas de… autodefesa do Japão!

Este fato tem servido para os partidários da militarização do Japão dizerem que o artigo 9 foi… esvaziado de sentido! Cá para nós quem violou o artigo constitucional, isto é, o atual governo liberal-conservador japonês é quem devia estar hoje a prestar contas por ter violado a Constituição.

Alimentando a la madre del cordero

Recorde-se que foram os Estados Unidos que, curiosamente começaram por esvaziar o artigo 9 da Constituição do Japão, para o qual tinham contribuído insistentemente no período imediato ao pós-Guerra em 1945, quando inseriram o país do Sol nascente na sua estratégia anti-comunista durante a chamada Guerra fria.

O primeiro passo foi uma decisão secreta de 1948 a autorizar o Japão para a constituição de uma força de polícia nacional de 150.000 homens cuja missão era, entre outras, proteger as bases norte-americanas no Japão e as famílias dos soldados norte-americanos.

Os próprios governos norte-americanos não escondem o seu desejo de tornar o Japão uma potência militar moderna, ainda que sob controle militar americano e ao serviço dos objetivos estratégicos de Washington.

Não admira pois que, apesar da sua Constituição rejeitar a constituição de forças armadas, o Japão já ter sido considerado em 1973 a sétima potência militar do mundo, tendo hoje cerca de 240.000 soldados e ter gasto em 1998 50.000 millones de dólares para as suas forças de…»auto defesa».

E não faltam líderes políticos no Japão a pedir armas nucleares para as suas forças armadas…

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