Luther King tinha um sonho… Obama tem um drone

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Muita gente em todas as partes do mundo se iludia com a eleição de Obama em 2008. Também pudera: depois dos anos tenebrosos com Bush, qualquer coisa seria um alívio. Obama então apresentou um cardápio sedutor de promessas que, sabia-se, eram inaplicáveis para o establishment norte-americano. E ele logo se revelou uma farsa.

A cada dia se conhece com melhores detalhes a espionagem que os EUA promovem no Brasil e em outros países. Uma ação que agride as soberanias das nações e que tem antes estratégicos interesses comerciais e econômicos que qualquer preocupação com a segurança contra o terrorismo.

E a cada dia fica mais notável o quão abjeto é o papel desempenhado por Obama, somente equiparável àquele desempenhado pelos poderosos mais abomináveis da história humana.

Obama é prova do desvirtuamento do Prêmio Nobel da Paz. Ele é o Senhor das Guerras. O senhor de todas as guerras; o promotor das guerras que destroem nações, culturas, vidas e futuro. Guerras feitas em nome do domínio e da expansão do poder imperial dos EUA no mundo, mas cinicamente batizadas de “humanitárias”. A espionagem é a dimensão cibernética da guerra total que Obama promove.

A entrega do Nobel da Paz a ele é desmoralizante, feita para legitimar sua condição de gendarme do mundo. A concessão desse título não deixa de ser uma espécie de condecoração do crime. Com estilo e glamour.

Como observa o filósofo norte-americano Cornel West, “os legados de Luther King e Obama são o oposto. Um é sigilo, falsidade e drones. O outro, sonhos, verdade e justiça. Luther King disse ‘I have a dream’ [Eu tenho um sonho], enquanto Obama diz ‘I have a drone’ [Eu tenho um drone]” [Entrevista FSP, 24/08/2013].

Obama comete crimes de guerra com a prática terrorista de disparar drones [aviões não tripulados, carregados de armamento e guiados por controle remoto] contra adultos e crianças inocentes por ele consideradas “terroristas”.

Do alto da arrogância imperial, diz que preside a “democracia mais antiga do mundo ocidental” [sic] e, por isso, se arvora o direito de guardião da democracia mundial que pode atacar covardemente qualquer país, mesmo com a reprovação da ONU e da população mundial. A Síria é a aventura da hora.

Muita gente em todas as partes do mundo se iludia com a eleição de Obama em 2008. Também pudera: depois dos anos tenebrosos com Bush, qualquer coisa seria um alívio. Obama então apresentou um cardápio sedutor de promessas que, sabia-se, eram inaplicáveis para o establishment norte-americano.

Ele logo se revelou uma farsa. Uma farsa que, considerada a dimensão imperial do poder que exerce, transforma o mundo e a vida humana numa tragédia. Como no teatro do absurdo, Hollywood [a indústria estadunidense da hegemonia ideológica] deu o Oscar para o filme “Argo”, que é uma apologia do heroísmo belicista norte-americano [o bem] contra o “islã” [o mal]. Glamour e simbologia abundaram: a primeira-dama Michele Obama anunciou a premiação diretamente da Casa Branca.

Obama tem o comportamento de um criminoso de guerra tão cruel, tirânico e terrorista quanto os ditadores e terroristas que diz combater. Qual a diferença entre as mortes de pessoas inocentes provocadas por ele daquelas provocadas pela Al Qaeda?

Os EUA, como a “democracia mais antiga do mundo ocidental” têm um sistema judicial próprio – Guantánamo – para empregar contra os inimigos. Eles, entretanto, não se submetem às leis, tratados e normas internacionais, e rechaçam o Tribunal Penal Internacional, para não terem suas barbaridades julgadas e condenadas.

Se os EUA aplicassem para si os mesmos princípios que adotam para os inimigos que cometem os mesmos crimes terroristas, seu Presidente e muitas autoridades do governo estariam purgando no inferno de Guantánamo.

Obama é um tipo de personagem que consegue a proeza de justificar o totalitarismo e o terrorismo de Estado em nome da democracia. Ele hoje não faz nenhuma questão de ostentar a falsa aparência política liberal da primeira campanha eleitoral. Assumiu de corpo, alma, consciência e voz, a face mais dura e dramática que o império e seu déspota na titularidade do cargo podem assumir.

*Analista político.
Big Brother nos espía a todos… y tan contentos

Carlos Enrique Bayo*

Si alarmante es descubrir que los dos grandes hermanos del espionaje mundial (Washington y Londres) están vigilando indiscriminadamente a los dos mil millones de usuarios de internet y redes móviles, empezando por los más altos dirigentes de sus propios aliados, aún más preocupante es comprobar que nuestros gobernantes aceptan sumisamente esa vigilancia masiva de las potencias anglófonas.

El propio exagente de la CIA Edward Snowden –refugiado en Rusia tras revelar la magnitud del 1984 de la National Security Agency (NSA)– afirmó a The Guardian que “ellos [los espías del GCHQ británico] son peores que los de EEUU”.

Ciertamente, el operativo de la Government Communications Headquarters (GCHQ, la más desconocida de las tres agencias de inteligencia británicas, pues sólo se hablaba hasta ahora de MI5 o MI6) ha sido tan faraónico que ha superado ampliamente el despliegue de la NSA, pese a que esta última cuenta en su cuartel general de Fort Meade (Maryland) con más de 50 edificios en los que trabajan decenas de miles de agentes. A finales del año pasado, el programa británico de nombre en clave “Tempora”, radicado en Bude (Cornwall), estaba registrando 600 millones de comunicaciones al día, tras pinchar más de 200 cables internacionales de fibra óptica, de los que era capaz de procesar información de 46 simultáneamente.

Aunque comparte su información con la NSA, en función de la “relación especial” entre Londres y Washington, lo cierto es que la GCHQ se ha transformado en la verdadera superpotencia del espionaje informático mundial; en lo que Snowden definió como “el mayor programa de vigilancia de la historia de la humanidad”.

Por tanto, que Londres tenga controladas todas las comunicaciones de España, tras pinchar la GCHQ el cable submarino FLAG Europe-Asia (FEA) que conecta nuestro país con Oriente Medio y Asia (entrando por Estepona tras pasar junto a Gibraltar), como ha podido verificar Público de diversas fuentes, no debería sorprendernos. Ahora bien, al menos debería haber provocado una protesta formal del Ministerio de Exteriores, que tan belicoso se muestra frente a otras actividades en aguas gibraltareñas que comprometen mucho menos la seguridad nacional de nuestro país.

Porque no cabe duda de que el servicio secreto británico está espiando las comunicaciones que, por ejemplo, mantiene Margallo con sus embajadores en zonas sensibles del planeta. Al fin y al cabo, en la respuesta de William Hague a la demanda de explicaciones de la comisaria de Justicia de la UE, Viviane Reding, el secretario del Foreign Office argumentó que Londres efectuaba dicho espionaje por razones de seguridad nacional. Y ¿acaso no afecta a la seguridad nacional del Reino Unido todo lo relativo al conflicto con España a causa de Gibraltar?

Que el Gobierno no haya reaccionado todavía a las múltiples evidencias de que británicos y norteamericanos nos tienen completamente vigilados y controlados mediante técnicas de espionaje electrónico masivo, demuestra que las protestas patrióticas que tanto ha aireado el Ejecutivo este verano no son más que una cortina de humo con la que Moncloa trata de tapar otras vergüenzas.04 sep 2013

*Director de Público.es. Fue redactor-jefe de Internacional en la edición papel de este diario. Ha sido corresponsal en Moscú (1987-1992) y en Washington (1992-1996).

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