A vassalagem da Folha de São Paulo

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A Folha de São Paulo [FSP] se superou no papel de vassalo neocolonial. Na capa da edição de 04/11/2013, estampou como manchete central: “Governo brasileiro vigiou diplomatas estrangeiros”. Sem surpresas, a denúncia da FSP contra o governo Dilma foi editorializada no Jornal Nacional da Rede Globo na mesma noite, em reportagem com mais de 3 minutos.

Nas reportagens de apoio, em três páginas do jornal, a FSP não deixou dúvidas da intenção ideológica com a suposta “notícia”. No primeiro título, na página A4, forjou uma “denúncia” contra o governo brasileiro: “Agência brasileira espionou funcionários estrangeiros”.

Com esse título, buscou sugerir que uma ação de contrainteligência da ABIN [Agência Brasileira de Investigação] em 2003, seria semelhante à espionagem e controle que faz a NSA [Agência Nacional de Segurança dos EUA] em todo o mundo contra pessoas, governos, empresas e instituições – com conhecimento e autorização do Presidente Barack Obama.

A própria reportagem recomendaria menos sensacionalismo à FSP: menciona que a ABIN somente observou rotinas, identificou contatos e fez fotografias dos estrangeiros monitorados. O governo norte-americano, por seu lado, faz escutas telefônicas sem autorização judicial, intercepta dados e mensagens da internet e extrai informações pessoais, governamentais, comerciais e empresariais de interesse estratégico.

No título da página A5 – “Salas usadas pelos EUA foram monitoradas” –, a FSP quis insinuar “reciprocidade” de tratamento. A mensagem subjascente, nessa manchete, é de que os EUA nos espionaram porque o Brasil os espionou; assim, Brasil e EUA estariam equiparados. Tem um efeito atenuante, porque naturaliza a espionagem como aceitável e menos grave, porque é da lógica dos serviços de inteligência e contrainteligência.

Com o terceiro título, inserido na seção “Outro lado” da página A6 [“Presidência diz que ações protegeram interesse nacional”], a FSP insinua outra suposta analogia, que também não se confirma na vida real, porque para o governo dos EUA, a espionagem objetiva “proteger a humanidade do terrorismo”, conforme evidenciam seus alvos: Dilma Rousseff, Petrobrás, Papa Francisco, Ângela Merkel, etc.

Sem surpresas, a “denúncia” da FSP contra o governo Dilma foi editorializada no Jornal Nacional da Rede Globo na mesma noite de 04/11/2013, em reportagem com mais de 3 minutos de duração. A repercussão nos dois veículos, com a mesma textualidade, ênfase e tônica, pode ser fruto de grande coincidência jornalística. Mas também pode indicar um jogo ensaiado.

É difícil saber se é o caso de um excessivo engajamento norte-americanófilo ou de um também excessivo – e irrefreável – engajamento anti-Dilma que orienta a opção política da Folha. Mas é fácil deduzir que o jornal fica ridículo com o viés ideológico preconceituoso empregado contra Dilma, contra o PT e contra valores de esquerda. O jornal parece acometido da síndrome de inferioridade da elite brasileira colonizada, que concebe a adulação ao seu Senhor, o poderoso big brother, como sua principal virtude.

A direita brasileira e a mídia conservadora, com seu discurso obsoleto e sem uma visão de futuro para o Brasil, carecem de munição para enfrentar e derrotar Dilma e o PT nas eleições de 2014. A cada dia, por isso, testam diferentes factoides, inverdades e profecias que, por fim, não se confirmam.

Essa cobertura ideologicamente enviesada da Folha de SP teve o objetivo de enfraquecer a imagem positiva de Dilma, cada vez mais reconhecida no mundo inteiro pelas decisões e posições políticas corretas frente aos crimes de espionagem dos EUA.

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